Os 45 anos de independência surgem como pretexto e uma excelente oportunidade para se reflectir sobre o País. Pensar (o) País. Em conjunto. E, claro, sob diferentes perspectivas. Porque o 11 de Novembro é a efeméride maior do nosso calendário, 45 Novembros depois, um balanço se impõe. O balanço possível de um país que em 45 anos triplicou o número de habitantes e cuja população é maioritariamente jovem e feminina, como em todo o continente africano.
Em todos os 18 textos, a história está presente, como pano de fundo, em todos a preocupação, a vontade de fazer mais e melhor por Angola. Entre “o dever de memória é o dever dos descendentes, e possui dois aspectos: a lembrança e a vigilância” segundo Marc Augé em As formas de esquecimento e “(...) o passado pode ter um grande futuro pela frente” como se pode ler em Os livros que devoraram o meu pai, de Afonso Cruz, Angola 45 anos junta mãos, vozes e vontades num exercício de interpretação e compreensão de um país que, também ele, se constrói diariamente.