Descrição
A qualificação que é feita no título A Integração Europeia: um projecto imperialista sintetiza a tese central da obra: a integração europeia assenta, desde os seus primórdios, em relações de dominação, exploração e opressão, desiguais, entre Estados. E isto, em dois planos: o primeiro, mais antigo, traduz-se numa espécie de “colonialismo colectivo” entre os Estados europeus e os ditos “territórios ultramarinos” possuídos pelas potências coloniais; o segundo plano é a emergência, mais recente, de uma espécie de “colonialismo interno”, em que as relações de dominação e exploração se estabelecem entre os próprios Estados europeus.
Analisando exaustivamente os primórdios do projecto de construção de uma Europa integrada, que se acentuam logo no pós-guerra 39/45, desde a Comunidade Económica do Carvão e do Aço (CECA, 1951), a CED (1951) e o Euratom (1957), a elucidação de Avelãs Nunes é posta no Tratado de Roma, de 1957, que instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE), também conhecida por Mercado Comum. Como observa, se a Conferência de Berlim de 1885 foi um primeiro acto de cooperação europeia para a exploração de África, o Tratado de Roma foi, em certa medida, uma “segunda Conferência de Berlim”. Certamente, o presidente Kwame Nkrumah considerou que esse tratado marcou “o advento do neocolonialismo em África, o início do ‘colonialismo colectivo’”.
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